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EGIPTO: Grupo jihadista executa empresário cristão por ter financiado a edificação de igreja na região norte do Sinai
Estava desaparecido desde o início de Novembro, quando foi sequestrado por homens armados pertencentes ao ISIS, o grupo jihadista Estado Islâmico também conhecido como Daesh. A divulgação, na semana passada, de um vídeo em que o cristão copta Nabil Habshi, de 62 anos, é executado a tiro, acabou com todas as esperanças da família de que poderia ser ainda libertado com vida.
Um dos motivos por que ocorreu este assassinato terá sido o envolvimento de Habshi na construção de uma igreja em Bir Al-Abd, na região do Sinai. No vídeo da execução, que os terroristas divulgaram nas redes sociais, um dos algozes “acusa explicitamente” o cristão por “ter contribuído até mesmo financeiramente para a construção da igreja”. Segundo a agência de notícias AsiaNews, o grupo jihadista também acusa a igreja de “colaboração” com o exército egípcio e os serviços de inteligência deste país.
O sequestro deste homem, que a comunidade local já considera como um “novo mártir”, gerou dor e consternação. A Igreja copta descreve-o num comunicado divulgado logo após ser conhecido o seu assassinato como “um servo fiel” que deu “testemunho da sua fé até ao sacrifício de sangue”.
O facto de ter sido sequestrado e assassinado barbaramente por ter querido auxiliar a comunidade cristã na construção de uma nova igreja na região do Sinai acaba por ser terrível e um mau presságio. É que as construções de templos estavam praticamente ‘congeladas’ até que o governo do marechal Al Sisi as autorizou no final de 2020.
Como se pode ler no Relatório sobre a Liberdade Religiosa da Fundação AIS, publicado a 20 de Abril, essa mudança de posição por parte do governo veio dar “aos cristãos uma nova confiança”. O assassinato do empresário Nabil Habshi pode ser visto como um “aviso” dos grupos jihadistas às outras comunidades que almejam a edificação de um templo nesta região.
O norte do Sinai continua a ser muito problemático para a comunidade cristã, mesmo após as operações militares desencadeadas pelo exército e forças de segurança contra grupos jihadistas que operam com relativa facilidade nesta região. No Relatório da Fundação AIS constata-se que “a tolerância para com os cristãos continua a ser reduzida” em todo o Alto Egipto, com “inúmeros incidentes” que confirmam, pode ler-se no documento, “que a violência pode irromper a qualquer momento”.
No Relatório, o Egipto está catalogado no grupo de países com o segundo grau mais grave (com a cor laranja), por ter um “governo autoritário” e por haver casos de “extremismo Islamita e discriminação, crimes de ódio e violência desencadeada por motivos religiosos”…
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