As Irmãs Missionárias de Jesus, Verbo e Vítima (Misioneras de Jesús Verbo y Víctima) (JVV) assumiram a responsabilidade da paróquia de Guasimal, na Diocese de Santa Clara, no centro de Cuba. Elas oferecem catequese, orientação espiritual e procuram ajudar as pessoas que vivem em áreas mais abandonadas.
As Irmãs Missionárias de Jesus, Verbo e Vítima estão a desempenhar um papel importante na vida da Igreja em Cuba, em especial em zonas mais remotas que os padres só podem visitar uma vez por mês. É assim, por exemplo, na paróquia de Gasumal, Diocese de Santa Clara. Graças à presença das religiosas, a paróquia floresceu e a igreja está aberta diariamente, com atividades regulares para adultos e crianças.
No entanto, ultimamente tem-se registado por ali o comportamento antissocial de jovens. O secretariado britânico da Fundação AIS foi informado de que alguns jovens são rudes com os paroquianos e procuram impedi-los de entrar na igreja, o que, segundo os moradores locais, “ofende tanto a Deus quanto a Sua casa”.
O bispo de Santa Clara, D. Marcelo Arturo González Amador, pediu por isso ajuda à Fundação AIS para a construção de uma cerca ao redor da entrada do edifício, pois os paroquianos não têm como custear esse projecto. E destacou o trabalho e empenho das religiosas. “Estas irmãs são um grande presente de Deus para esta diocese. Elas vivem uma vida religiosa muito sóbria e dedicada, consagrando-se em tempo integral ao Senhor e à missão”, diz.
Estas irmãs são um grande presente de Deus para esta diocese. Elas vivem uma vida religiosa muito sóbria e dedicada, consagrando-se em tempo integral ao Senhor e à missão.”
D. Marcelo Arturo González Amador
Congregação fundada no Peru
A congregação das Irmãs Missionárias de Jesus, Verbo e Vítima, foi fundada no Peru em 1961 e está presente já em sete países latino-americanos, incluindo Cuba.
Desde 2015, estas irmãs estão sediadas em Guasimal, uma área extremamente pobre, onde há mais de 27 mil fiéis católicos para cada sacerdote. Face a esta realidade, as Irmãs têm auxiliado os padres que vêm uma vez por mês para ouvir confissões, celebrar missas e ungir os doentes. Reconhecíveis pelos seus hábitos azuis, elas oferecem catequese, orientação espiritual e ajuda prática a pessoas em áreas abandonadas.
“O seu apostolado nos lugares mais difíceis e complexos é realizado com amor, constância e fidelidade. Elas merecem ser ouvidas e apoiadas nos seus pedidos”, reconhece o bispo.
“Tudo o que Deus faz é bom”
A AIS tem apoiado estas irmãs já ao longo de vários anos. Exemplo disso, é o telhado da Igreja que foi arranjado graças aos benfeitores da fundação pontifícia. A Irmã Ayelen, Madre Superiora da congregação, diz à Fundação AIS que “tudo o que Deus faz é bom, e tudo o que Deus permite é necessário”. E acrescenta: “Este ano, vivenciamos o quão difícil e dura é a vida num país com uma ideologia como esta, e que é um país lindo por sua natureza, com um povo gentil, nobre e generoso. Sentimo-nos abençoadas por poder contar com o vosso apoio para vivermos nestes países caribenhos que nos são tão queridos, porque a casa do missionário é a Igreja. Através de vocês, sentimos que Deus nos protege com a sua providência”.
E conclui: “Estamos felizes em tornar o amor de Deus presente aqui em Cuba e ser um testemunho da sua existência para um povo que o procura e que tanto precisa dele.”
A inquietação de uma família portuguesa
A solidariedade dos benfeitores da Fundação AIS para com Cuba tem-se exprimido de diversas formas ao longo dos anos. Recentemente, uma família portuguesa decidiu transformar as suas férias grandes em Varadero – um destino turístico internacional – em apoio concreto para com a Igreja e as comunidades locais.
Telma Bregante convenceu a família, marido e os dois filhos de que os dias de descanso deste ano teriam de ser também um gesto de partilha com os mais necessitados. E resolveu contactar com a Fundação AIS. “Sigo atentamente o vosso trabalho e publicações”, explicou, numa das primeiras mensagens enviadas para a sede da AIS em Lisboa, em que pedia o contacto concreto de um sacerdote, de alguém da Igreja Católica em Varadero. E foi assim que conheceu o Padre Jesús Marcoleta, responsável pelas paróquias locais, e deu início a uma comovente história de solidariedade para com o povo cubano que passa por tempos muito difíceis.
Para Telma, nada acontece por acaso. “Rapidamente entendi que é o poder de Deus e o poder que sinto na oração que me colocou aqui neste ponto, neste momento, a falar convosco, AIS, e a ter a oportunidade de poder mais uma vez levantar-me e partir apressadamente, e fazer como Maria, e seguir sem medo”, escreveu, ainda em Portugal, a poucas semanas de embarcar rumo a Cuba.
“Os infiéis têm de ser mortos”
Os raptores eram terroristas muçulmanos fulani. Que estão cada vez mais radicalizados e são uma ameaça concreta para com os cristãos. O Padre Stephen disso não tem dúvidas. “Utilizam muito o Corão nos seus ensinamentos e ouvem pregações muito violentas na sua meditação matinal. Ouvem homilias radicais sobre matar, matar, matar os infiéis. Um dia estavam a ouvir um pregador, não sei de onde, e o pregador estava a falar duramente sobre a relação com os infiéis. Os infiéis têm de ser mortos!”
“Eles estavam a ouvir estas homilias e nós estávamos gelados porque conseguíamos entendê-las. Era com isso que eles alimentavam a mente e o espírito. De manhã, acordavam a ouvir pregações muito violentas, por isso podem imaginar o que fazem aos reféns que não são da sua religião. Portanto, são essencialmente fulanis, muçulmanos e, claro, também são terroristas.”
“É essencial fazer o bem…”
“Não consigo sair de minha casa seja em que situação for sem pensar em deixar o mundo melhor que o encontrei”, referiu Telma Bregante à Fundação AIS, deixando sempre bem clara a sua preocupação em fazer o bem, em ajudar os mais necessitados. “É essencial, para mim, saber que estou a fazer o bem ao próximo, sentir sempre Cristo Ressuscitado no meu irmão.”
De facto, as várias mensagens trocadas com a fundação pontifícia dizem muito sobre o carácter desta mulher jovem que pertence à paróquia de São João Baptista na Diocese de Setúbal. Após receber o contacto do Padre Marcoleta, Telma compreendeu rapidamente que as necessidades mais urgentes dos cubanos de Varadero estavam relacionadas com a falta de medicamentos. Por isso, as malas da família Bregante partiram de Lisboa carregadas com antibióticos, remédios para a hipertensão, medicamentos anti-inflamatórios…
Graças a uns médicos amigos, que disponibilizaram as receitas, dezenas de caixas de medicamentos viajaram para Varadero e foram entregues na paróquia de Santa Elvira. Telma também levou alguns pares de óculos para leitura e uns terços para as crianças locais.
Nathalie Raffray e Paulo Aido
Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt