Cuba vive um momento de profunda dor após a passagem de um poderoso furacão que atingiu a região oriental do país a 28 de Outubro, e provocou um rasto alarmante de destruição, afectando casas, igrejas e também campos agrícolas. A Fundação AIS Internacional expressa o seu profundo pesar e solidariedade para com o povo cubano e reafirma o compromisso de apoio às comunidades mais atingidas.
Embora os danos materiais tenham sido imensos, tanto nas cidades como nas zonas rurais, afectando também a agricultura, até ao momento não foram registadas vítimas humanas da passagem por Cuba, na quarta-feira, dia 29 de Outubro, do Furacão Melissa.
De acordo com a Conferência Episcopal Católica de Cuba (COCC), centenas de milhares de pessoas foram gravemente afectadas: muitas famílias perderam tudo, inúmeras casas e igrejas foram danificadas e a situação é agravada pela escassez de bens básicos e pelas prolongadas falhas de energia.
Tudo isto se soma à crise económica existente e à situação epidemiológica que afecta a população, devido a quatro doenças transmitidas por mosquitos, que se multiplicam durante a estação chuvosa. “O Santuário de Nossa Senhora de El Cobre também sofreu danos, nomeadamente nas suas portas, janelas, vitrais e áreas circundantes”, relatou D. Arturo, presidente da Conferência Episcopal de Cuba, numa mensagem dirigida à AIS Internacional. “A situação na zona oriental, acima de tudo, é muito crítica. Há lugares que estão totalmente devastados”, acrescentou.
Mais de 45 mil casas danificadas
Segundo dados revelados já esta semana pelas autoridades cubanas, cerca de 120 mil pessoas continuam abrigadas em centros de evacuação ou em casa de familiares, sendo que se registaram danos em mais de 45 mil habitações assim como quase meio milhar de instalações no sector da saúde e mais de 1500 escolas.
Face a este cenário, a Fundação AIS convida todos os seus benfeitores e amigos a rezarem pelo povo cubano, pelas famílias que sofrem e pela Igreja que continua a acompanhar com esperança os mais necessitados. “Que, neste momento de tristeza, a protecção de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, fortaleça a esperança do povo cubano”, refere a AIS Internacional numa nota oficial. De facto, há décadas que a Fundação AIS apoia e demonstra solidariedade com os bispos, sacerdotes, religiosas e leigos em Cuba, e garante que continuará a oferecer ajuda e assistência à Igreja local, como fez em momentos difíceis anteriores. E D. Arturo agradece essa solidariedade.
Obrigado pela vossa preocupação. Muito obrigado pelas vossas orações. Até agora, graças a Deus, não temos de lamentar nenhuma perda humana. Por favor, continuem a rezar. Continuamos em contacto. Deus vos abençoe.”
D. Arturo González Amador
A inquietação de uma família portuguesa
Efectivamente, a solidariedade dos benfeitores da Fundação AIS para com Cuba tem-se exprimido de diversas formas ao longo dos anos. Recentemente, por exemplo, uma família portuguesa decidiu transformar as suas férias grandes em Varadero – um destino turístico internacional – em apoio concreto para com a Igreja e as comunidades locais.
Telma Bregante convenceu a família, marido e os dois filhos de que os dias de descanso deste ano teriam de ser também um gesto de partilha com os mais necessitados. E resolveu contactar com a Fundação AIS para pedir o contacto concreto de um sacerdote, de alguém da Igreja Católica em Varadero. E foi assim que conheceu o Padre Jesús Marcoleta, responsável pelas paróquias locais, e deu início a uma comovente história de solidariedade para com o povo cubano que passa por tempos muito difíceis.
Após receber o contacto do sacerdote, Telma compreendeu rapidamente que as necessidades mais urgentes dos cubanos de Varadero estavam relacionadas com a falta de medicamentos. Por isso, as malas da família Bregante partiram de Lisboa carregadas com antibióticos, remédios para a hipertensão, medicamentos anti-inflamatórios… Graças a uns médicos amigos, que disponibilizaram as receitas, dezenas de caixas de medicamentos viajaram para Varadero e foram entregues na paróquia de Santa Elvira.
Telma também levou alguns pares de óculos para leitura e uns terços para as crianças locais. “Não consigo sair de minha casa seja em que situação for sem pensar em deixar o mundo melhor que o encontrei”, referiu Telma Bregante à Fundação AIS, deixando sempre bem clara a sua preocupação em fazer o bem, em ajudar os mais necessitados. “É essencial, para mim, saber que estou a fazer o bem ao próximo, sentir sempre Cristo Ressuscitado no meu irmão.”
Maria Lozano e Paulo Aido
Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt







