CABO DELGADO: Crise Humanitária

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CABO DELGADO: Crise Humanitária

Infelizmente, a região norte da província de Cabo Delgado, Moçambique, continua sob ataque de grupos armados que têm reivindicado pertencer ao Daesh, a organização terrorista do auto-proclamado Estado Islâmico. Os ataques tiveram início em 2017, mas foi durante o ano passado que atingiram maior violência com a destruição de aldeias e vilas e o rapto e assassínio brutal de pessoas. O balanço é trágico.

Calcula-se que terão já morrido mais de 2 mil pessoas e haverá mais de 500 mil deslocados.

Entretanto, mais de 30 organizações da sociedade civil juntaram-se e pediram ao Governo português um maior envolvimento na crise de Cabo Delgado. Entre essas organizações está a Fundação AIS, que tem denunciado esta situação desde o início e tem apoiado directamente a Igreja e as dioceses envolvidas no acolhimento aos deslocados com uma ajuda de emergência de 160 mil euros. 
CABO DELGADO: Crise Humanitária
O balanço é trágico.
O mais recente ataque aconteceu, em Nangololo, a segunda missão católica mais antiga da diocese de Pemba. Foi a segunda vez que esta missão foi atingida. Os terroristas chegaram a 30 de Outubro e ficaram por lá até 19 de Novembro. O Pe. Edegard Silva, missionário brasileiro, que se encontra em Pemba, após a sua missão ter sido atacada e destruída, afirma que este ataque veio agravar ainda mais a vida das populações desta região, já de si muito pobres…

“Foi um ataque de uma proporção maior do que em Abril. Esse ataque acabou com tudo! Tudo virou cinza (…) Tudo o que construímos com muita dificuldade [casas, paróquia, rádio, escolas, creche, centro de formação, ambulatório dentário] foi tudo destruído. Tudo aqui em África constrói-se com muita dificuldade e com muita solidariedade internacional. Ver, de uma hora para a outra, tudo isso queimado… Fiquei em estado de choque e, humanamente falando, chorei muito… (…) Destruíram a cruz, uma cruz que é histórica lá para o povo, destruíram o pequeno santuário com a imagem de Nossa Senhora de Fátima… dá para perceber que estão mesmo fazendo isso como uma ofensa para os cristãos.”

A SITUAÇÃO CONTINUA DRAMÁTICA. HÁ FOME EM PEMBA ENTRE OS MILHARES DE DESLOCADOS!

As notícias que nos têm chegado de Pemba ao longo dos últimos meses não se referem apenas à destruição de aldeias e vilas mas também ao imenso sofrimento das pessoas diante da violência dos terroristas e dos massacres que cometeram contra as populações. Contou-nos ainda o Pe. Edgard Silva após o ataque à Missão em Nangololo:

“Muitos corpos em decomposição foram encontrados ao longo do caminho, assim como nos locais dos massacres. As acções dos terroristas são muito violentas, várias pessoas foram decapitadas, casas queimadas e destruídas. Várias pessoas não conseguiram encontrar as suas famílias. Milhares perderam tudo. São vidas e vilas destruídas.”

Os relatos são semelhantes um pouco por toda a província de Cabo Delgado. Nangololo, Macomia, Mocímboa da Praia… Em todas estas cidades e vilas, centenas de pessoas foram obrigadas a fugir. Fugiram da violência para salvar as próprias vidas e deixaram tudo o que tinham para trás. Centenas de pessoas viveram um verdadeiro filme de terror. D. Luiz Lisboa, antigo Bispo de Pemba, deixa-nos este dramático apelo e agradecimento:

“Quatro cidades já foram praticamente esvaziadas. Essa guerra já fez mais de 2 mil mortos e temos agora mais de 500 mil deslocados. É mais de meio milhão de pessoas deslocadas, que precisam de tudo! De alimento, roupa, medicamentos, panelas, precisam de atenção, de um lugar para morar, de tudo! (…) Eu agradeço do fundo do coração a todos os benfeitores da Fundação AIS. Mesmo antes da guerra e antes do ciclone Kenneth, nós temos sido ajudados por vocês. Neste momento de crise humanitária, por causa da guerra, já aprovaram vários projectos de ajuda de emergência. Então o meu muito obrigado! Que Deus abençoe profundamente cada pessoa que colabora com essa verdadeira obra missionária.”

Perante este cenário de horror, a Fundação AIS procura assim aliviar um pouco o sofrimento e trauma destas populações que têm sido vítimas da violência mais brutal.

As mensagens que nos chegam de Moçambique praticamente todos os dias ajudam-nos a perceber que é muito importante continuarmos a apoiar a Igreja nesta missão solidária junto de quem perdeu tudo o que tinha. Não podemos parar.

Precisamos de si para mais esta missão urgente da Fundação AIS. Ajudar os deslocados, as populações de Cabo Delgado é uma obra de Misericórdia e continuar a apoiar a Igreja que está no terreno e que é, tantas vezes, a única mão amiga para quem perdeu tudo o que tinha…

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