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BANGLADESH: Das ruínas de uma antiga capela de barro nasce uma vida nova para os cristãos da aldeia de Sonka
“O povo de Sonka está muito contente ao ver a nova capela a sua aldeia.” O padre Narayan Singh escreveu uma breve carta de agradecimento à Fundação AIS pela ajuda dada à comunidade cristã de Sonka, na diocese de Dinajpur, no Bangladesh. É um agradecimento pela ajuda na construção de uma nova capela. A aldeia de Sonka é muito pobre. É mesmo a mais pobre de todas as aldeias da paróquia de Nijpara, na Diocese de Dinajpur. É a mais pobre e a que fica mais distante, a cerca de vinte quilómetros do centro paroquial.
Por lá existem cerca de duas dezenas de famílias católicas. Todos vivem muito intensamente a sua ligação à Igreja. Por isso, sentiam-se entristecidos perante a imagem arruinada da sua capela com as paredes de barro a quererem desfazer-se sempre que a chuva inclemente fustigava a aldeia.
A capela era o centro da vida religiosa destas vinte famílias. A degradação do espaço foi-se acentuando a ponto de a tornar inutilizável. Para a pobre comunidade local, a construção de um novo templo revelava-se como uma miragem. Sem recursos próprios, a alternativa passou por pedir apoio à Fundação AIS.
O padre Narayan Singh escreveu uma carta a explicar o que se passava, apelando à solidariedade dos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre. O projecto foi aprovado. A nova capela custou pouco mais de 11 mil euros. Agora, após a consagração do templo, o padre Singh voltou a escrever. Para agradecer. “O povo de Sonka está muito contente ao ver a nova capela na sua aldeia. É maravilhoso para eles ter este bom ambiente para a sua oração e liturgia. Toda a comunidade está muito agradecida a vós e está a rezar por todos vós.”
Este projecto é muito significativo pois revela também a proximidade da Igreja perante as populações que normalmente estão mais abandonadas face aos responsáveis governamentais.
O Bispo de Dinajpur, D. Sebastian Tudu, descreve a comunidade cristã local como pertencendo aos povos tribais, uma minoria que, muitas vezes, sofre com as tentativas de apropriação das suas terras, especialmente por parte de pessoas oriundas da maioritária comunidade muçulmana. “A diocese está a enfrentar muitos desafios. Enquanto minorias, os povos tribais são muitas vezes atacados, torturados, enganados e as suas terras expropriadas, principalmente pela maioria muçulmana.”
Apesar de todas as dificuldades, a Igreja tem vindo a cativar cada vez mais pessoas, assegura o Bispo. “Existem vários grupos de etnia tribal e trabalhamos com o objectivo de ensinar o Evangelho aos não cristãos e todos os anos são baptizados novos cristãos.”
O trabalho que a Igreja tem vindo a realizar está a ter também um forte impacto ao nível da consciência social. Diz ainda D. Sebastian: “Depois de se tornarem cristãos, ensinam os seus filhos e também estão cientes dos seus direitos…” Agora, na pobre aldeia de Sonka, os cristãos voltaram a ter um lugar onde podem rezar e também um espaço de encontro para a comunidade.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt