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Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2025

Um relatório que analisa a situação da liberdade religiosa no mundo

O Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo analisa o cumprimento deste direito humano fundamental da «Declaração Universal dos Direitos Humanos» em todos os países. Com este estudo, publicado de dois em dois anos, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) tem por objetivo sensibilizar e defender a liberdade religiosa para todas as confissões.
A Fundação AIS apoia a Igreja Católica no seu trabalho de evangelização nas comunidades mais carenciadas, discriminadas e perseguidas do mundo. Todos os anos, a AIS financia cerca de 5.000 projectos de emergência pastoral e humanitária em 140 países.

Liberdade religiosa, um direito violado

O Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2025, da Ajuda à Igreja que Sofre, conclui que houve graves violações da liberdade religiosa em 62 países: 24 classificados como “perseguição” (a pior categoria) e 38 como “discriminação” (a segunda categoria mais grave), afectando, em conjunto, mais de 5,4 mil milhões de pessoas. Estas violações sinalizam um ataque mais amplo aos direitos consagrados no artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos: liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Hoje, este direito fundamental não só está sob pressão, como está a desaparecer progressivamente.

Consulte a situação da Liberdade Religiosa em cada país:

1. Quase dois terços da humanidade — mais de 5,4 mil milhões de pessoas — vivem em países onde ocorrem graves violações da liberdade religiosa.

2. 24 países estão classificados na pior categoria: perseguição.

3. 38 países estão classificados como vítimas de discriminação religiosa, o que afecta potencialmente mais de 1,3 mil milhões de pessoas.

4. 24 países estão classificados como “sob observação” perante uma onda de sinais de alerta que ameaçam a liberdade religiosa.

5. O autoritarismo é a maior ameaça à liberdade religiosa.

6. A violência jihadista aumenta, adapta-se e desestabiliza a uma escala sem precedentes.

7. O nacionalismo religioso está a aumentar, alimentando a exclusão e a repressão das minorias.

8. A perseguição religiosa alimenta cada vez mais a migração forçada e a deslocação.

9. O crime organizado tem sistematicamente como alvo os líderes e as comunidades religiosas.

10. A liberdade religiosa tornou-se uma vítima global da guerra perante um aumento das situações de conflito em todo o mundo.

11. Houve um aumento acentuado dos crimes de ódio anti-semitas e antimuçulmanos.

 12. Os incidentes anticristãos estão a aumentar nos países ocidentais.

13. A objecção de consciência está sob crescente ameaça.

14. A IA e as ferramentas digitais estão a ser utilizadas como armas para reprimir grupos religiosos.

15. Duplamente vulneráveis: mulheres e raparigas de minorias religiosas, algumas com apenas 10 anos de idade, sofrem abusos sistémicos.

16. Apesar do agravamento do contexto da liberdade religiosa, as comunidades religiosas têm demonstrado uma resiliência inabalável enquanto agentes de paz, bem como de ajuda de emergência e pastoral.

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Sumário Executivo 2025 | Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo

Revista com as principais conclusões do Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2025 (RLRM), na qual é retratada a situação crítica, a nível mundial, da liberdade de culto. Os conflitos militares, o terrorismo e as ditaduras contribuíram, entre outras causas, para a degradação alarmante desta mesma liberdade em várias partes do mundo.

► Poderá também descarregar o Sumário Executivo gratuitamente:

Regina Lynch, Presidente Executiva
Ajuda à Igreja que Sofre Internacional

25 anos a defender a liberdade religiosa

O direito a viver de acordo com a própria consciência e fé está consagrado no artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mais do que uma garantia jurídica, é o pulsar da dignidade humana, lembrando-nos que cada pessoa é chamada a procurar a verdade, a abraçá-la e a moldar a vida em torno dela. Onde este direito é respeitado, a paz e a justiça podem florescer; onde é recusado, o espírito humano fica diminuído e a sociedade perde o seu próprio fundamento.

Há 25 anos que o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo avalia o estado deste direito fundamental em 196 países. É o único estudo global deste tipo não produzido por uma organização governamental e, desde a sua primeira edição, em 1999, adopta uma perspectiva deliberadamente universal. Embora produzido por uma fundação católica, este relatório documenta abusos, violações e restrições à liberdade religiosa que afectam todos os grupos religiosos. Porque se a liberdade religiosa for recusada a um grupo, não há verdadeira liberdade religiosa para ninguém.

Este relatório regista um amplo espectro de violações da liberdade religiosa, reflectindo a diversidade e a complexidade do contexto global. Em vários países, estas violações manifestam-se como violência explícita, incluindo assassinatos, detenções e destruição ou confisco de locais de culto. Noutros, surgem sob formas mais discretas, mas igualmente prejudiciais, como obstáculos burocráticos, censura, proibições à educação religiosa e vários tipos de discriminação social. Estes abusos surgem de diferentes fontes. O extremismo religioso continua a impulsionar a violência e a coerção, particularmente em África. Perseguições semelhantes levadas a cabo por extremistas persistem em regiões do Médio Oriente e da Ásia, frequentemente reforçadas por regimes autoritários, como na Coreia do Norte, onde todas as formas de prática religiosa são gravemente restringidas. O nacionalismo étnico-religioso também está em ascensão, principalmente na Índia, onde as comunidades religiosas minoritárias enfrentam uma crescente pressão e hostilidade.

A América Latina tem assistido a uma acentuada deterioração, com a Nicarágua a emergir como um caso particularmente preocupante devido aos seus ataques sistemáticos contra líderes e instituições religiosas, incluindo a expulsão de bispos, sacerdotes e missionários.

A Ajuda à Igreja que Sofre é uma Fundação Pontifícia fundada em 1947 para apoiar os Cristãos que sofrem e são perseguidos em todo o mundo, enfrentando dificuldades e privações tanto na vida pastoral como nas suas necessidades materiais. Há mais de 75 anos que, graças à generosidade dos nossos benfeitores, os nossos projectos ajudam a manter a fé viva onde a Igreja Católica enfrenta a discriminação, a opressão e a perseguição. Todos os anos, a AIS financia mais de 5.000 projectos em cerca de 140 países — reconstruindo igrejas, formando seminaristas e catequistas, fornecendo transporte aos agentes pastorais, entregando ajuda de emergência a famílias deslocadas e garantindo a presença da Igreja nos ambientes mais difíceis. A nossa missão assenta em três pilares: informação, oração e apoio material, através da recolha e divulgação de informação fidedigna sobre a situação dos Cristãos em todo o mundo — um esforço que se materializa neste relatório.

Expor a verdade sobre as violações é o primeiro passo para a mudança. Não basta lamentar a injustiça, é preciso trazê-la ao de cima. Este relatório é, portanto, tanto um testemunho como um apelo à acção. Lembra-nos que a luta pela liberdade religiosa não é um princípio abstracto, mas uma realidade vivida por milhões de pessoas. Para além da assistência pastoral e de emergência, a edição deste ano disponibiliza também aos leitores formas concretas de apoiar aqueles cuja liberdade de crença está ameaçada, uma vez que a solidariedade deve ser expressa em acções.

Ao apresentarmos esta edição, renovamos o nosso compromisso com a defesa do direito à liberdade religiosa de todas as pessoas, reconhecendo que se trata de uma responsabilidade partilhada que diz respeito a todos nós. Por isso, convidamos também cada leitor a tomar medidas pessoais: denunciar violações, consciencializar e manter-se informado, para que aqueles que sofrem pela sua fé não sejam abandonados ao silêncio e ao isolamento. Cada um de nós deve fazer a sua parte, porque onde a liberdade religiosa prospera, a paz, a justiça e a plena dignidade da pessoa humana são fortalecidas. A liberdade religiosa não é um privilégio — é um direito humano fundamental.

Edição 2025 do RLRM

Notas explicativas

Período em análise: Janeiro de 2023 a Dezembro de 2024 (inclusive).

Para ler os relatórios individuais por país, consulte o site acninternational.org. Ao avaliar a escala de opressão dos grupos religiosos, o Comité Editorial e os Editores Regionais consideraram os factores descritos na secção Metodologia e Definições.

A Fundação AIS reconhece que a natureza qualitativa da categorização significa que existe necessariamente um elemento subjectivo nesta análise.

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